segunda-feira, 13 de junho de 2011

A Razão

Aquilo que vem e aquilo que vai.


O primeiro aspecto que percebemos sobre qualquer fato que desejamos observar é metalinguístico.

Dar-se conta da capacidade da dar-se conta. Chegar à conclusão que conseguimos chegar à conclusões. A essa capacidade, foi dado o nome de razão.

E este é o fato primordial que nos diferencia de todas as outras espécies do mundo, e é este o motivo pelo qual nós, e somente nós somos caracterizados superiores, com capacidade de refletir, analisar, pensar.

A razão é inata, é uma característica do ser humano. Como fato, independe da nossa consciência.

Por mais que uma pessoa diga: "Eu lá possuo esse raio de razão?", antes ela precisou aprender o que era "possuir", "eu" e "razão", que são três ideias muito complexas, podendo apenas ser entendida com a junção das nossa faculdades mentais.

Essa capacidade nos possibilita muitas das mais diversas coisas (olhe ao seu redor, não há uma coisa sequer que não foi fruto da razão).
E quanto mais "purificarmos", lapidarmos essa razão, melhor e mais próximo da verdade será nosso julgamento sobre os fatos.

É ela nosso artefato para compreender melhor o mundo em que vivemos e tudo aquilo que nos rodeia.

Embora todos tenhamos a tal da razão, isso não significa necessariamente que fazemos bom uso dela. E infelizmente, hoje em dia é difícil se ver a mesma numa forma pura.

Sem o correto uso da mesma, tudo se torna muito relativo. Claro que há coisas que são relativas por natureza, como o frio, mas muitas delas tendem a apenas um resultado. Já que a razão é inata e igual a todos, nada mais natural que todos chegássemos a mesma conclusão se fizermos um uso bom dela.

O que se vê hoje (e desde todo o sempre, mas mais em particular de uns tempos pra cá) é justamente o oposto. Existem várias calamidades que acontecem, aconteceram e acontecerão através do mundo por causa do péssimo uso da nossa capacidade distintiva. A cultura relativista e individualista só agrava essa situação, se sentindo injustiçada apenas quando a injustiça bate à sua porta e transformando tudo aquilo que é fora do seu "alcance" em algo banal, perdendo um pouco o pé na realidade, tornando fato algo que não é.

Isso é normal, uma vez que somos massacrados por notícias ruins o dia inteiro, todos os dias. Foi necessário a criação de um mecanismo para que eu não queira me suicidar diariamente.

O problema está em quem comete tais barbaridades. É o erro de um que milhares pagam (ou você nunca se chocou com qualquer incidente que tenha acontecido?). Alguns exemplos simples, e infelizmente cotidianos, são a corrupção e os assassinatos. Ambos derivam de um uso descomunalmente ruim da razão. Isso ficará mais claro mais adiante.

É importante ressaltar que a razão acompanha o ser humano desde sempre.

Em qualquer lugar do mundo, todos tem a mesma capacidade de chegar a um único resultado. Não importando a sociedade, a cultura, o credo, a situação financeira, a experiência individual, o grau de educação e cultura, a cor, a posição na hierarquia social e a tradição em que o indivíduo está imerso. Tudo isso são aspectos externos, e a razão é um aspecto interno, e como fato, transcende todo o relativismo material possível. Evidente que isso torna o trabalho da razão bem mais difícil, mas não tira a possibilidade de dar-se conta de uma "verdade universal reconhecida por todos".

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Fato

Aquilo que vem e aquilo que vai.

A problemática do fato:

Parei para pensar esses dias naquilo que me constitui. Carbono, oxigênio, nitrogênio, hidrogênio, cálcio, fósforo e todos os demais elementos que de uma forma de outra estão em minha pessoa. Refleti também sobre a parte não-material. Aquilo que independe da matéria, uma dimensão espiritual.

E eis que cheguei (ou chegamos) em um enorme problema (e também uma enorme solução): o problema do fato.

A natureza do fato não é ser um problema, e sim apenas ser. O mundo é como é, as coisas são como são. Uma cadeira é uma cadeira, e isso não há como se negar. Por ventura, ignorância ou teimosia, pode ser chamada de mesa, de estante, mas ainda é uma cadeira.
Um fato não precisa de explicações nem de teoremas, o fato é a realidade por si só, tão presente e tão evidente quanto a gravidade e a matemática.

Alguns são fáceis de se reconhecer: o céu é azul, as coisas caem, o negativo atrai o positivo. Outros, precisam de um pouco mais de reflexão, como que animais não pensam e a energia da terra está se exaurindo.

Ou seja, fatos são apenas reconhecidos. Um fato não é algo efêmero, ele esteve lá sua vida inteira e ainda estará lá após a sua vida. Só os reconhecemos devido a reflexão e a observação atenta do meio, onde eles (os fatos) então ocultos na manta de nossa ignorância se mostram como sempre foram e sempre existiram bem antes da nossa ciência da existência deles.

Ele só se dá como um problema quando queremos fazer algo que vai contra a natureza dele, quando queremos questionar aquilo que é dado como verdade (não pelos outros, mas sim pela sua própria característica).

Outro grande problema, é quando tentamos explicitar algo como fato quando na verdade não é. Tirar o limite de tempo de algo que depende de outros fatores subjetivos. (como a sociedade não é passível de mudança, por exemplo)

É um gasto tremendo de energia provar ou tentar explicar algo que é por que é.

No máximo, chegamos a uma conclusão redundante que não explica nada a fundo.  A definição de fato, embora simples de ser entendida, tem uma consequência direta e sem tamanho no que diz respeito a nossa vida e o fim da mesma.

E todo fato é uma verdade. Uma verdade que pode ser observada por todos que fazem bom uso da observação e da experiência, que só então reconhecem a natureza (que independe da nossa ciência) de um fato.

E eis que a vida, é um mistério insondável. E isso é um fato.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Teimosia

     Por que alguns conseguem o que almejam e outros não?

Creio eu que isso seja função de vários fatores, mas acho que depende primordialmente de um: a dedicação.

Se uma pessoa faz um bolo, qualquer um há de fazê-lo também. Basta saber a receita e aplicar os ingredientes na medida certa. Mas se uma pessoa for presidente, ou ter um nível espiritual muito elevado?

Fico pensando nas grandes pessoas da nossa história e quantas coisas elas inventaram, e sempre paro na seguinte questão: "como será que eles fizeram tudo isso?". Acho que esses indivíduos portavam uma coisa que todos nós portamos: uma teimosa incontrolável. Foi esse fogo por sabedoria, esse trator que passava por cima de tudo que levou eles a chegarem em algum lugar.

Todos que conseguiram tentaram, isso é fato. Mas creio que a diferença seja o número de vezes que as pessoas que conseguiram se levantaram antes de conseguir o que queriam. O caminho foi, com certeza, sinuoso e tortuoso para todos os seres deste planeta. De diferentes formas, de diferentes jeitos, nunca é fácil pra ninguém.

É no mínimo excruciante ver seu império se desmoronar e seus sonhos serem destruídos. Esse choque que derruba a maioria das pessoas. E a diferença dos portadores do sucesso é que eles se levantam. Se levantam uma vez, duas vezes, três vezes. Não se cansam de se levantar! Já foi dito: "Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado."
As coisas talvez tendam a desorganização por si próprias, mas com uma pessoa tendendo a perseverança muita coisa se muda. Por isso, não convém desistirmos do que queremos. Nem que pareça impossível, seja um amor antigo, um sonho difícil, ou um distante amigo. "Vamo se junta e vamo melhora essas coisa", como diz a sábia Maria.

Não vamos desistir. Não hei de desistir. Não hei de desistir.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O que ainda nos une?

Hoje está um dia abafado. Um dia não, uma noite. Deveras, foi uma sequência de dias quentes nesse tempo louco. Meus pais estão dormindo com o ventilador ligado, e minha irmã deve estar sofrendo nesse calor. Já a cachorra, como de costume, deve estar deitada folgadamente no piso frio.

São esses dias que vejo que todos nós temos algo em comum, por mais que sejamos tão diferentes um dos outros. Alguns tão distantes, de terras tão longínquas, com costumes tão diferente e realidades tão contraditórias. Mas, mesmo assim, conseguimos achar alguma semelhança dentro de nós mesmos.

E o que de fato surpreende: nós pasmamos (eta verbo estranho!) ao encontrar a tal semalhança. O diferente é sempre tido como exótico, quando não tido como uma ofensa. Quando descobrimos que existe alguém que não gosta de sorvete ou que é alérgico à chocolate ficamos incrédulos: NÃO É POSSÍVEL! Mas logo logo tratamos de dar rumo as nossas vidas, afinal, não era tão importante assim.
Agora, encontre alguém que, assim como você, guarde saquinhos de ketchup para posterior uso. Veja só o TAMANHO da sua surpresa!

E toda e qualquer semelhança é tida como um bônus. Parece que encontramos um pouquinho de nós mesmos no outro. Criamos tal laço de confiança e afeto que às vezes idealizamos tal pessoa.

Toda essa parte da semelhança é muito benéfica, afinal, é uma parte essencial do ser humano. É a natureza que está em você reconhecendo a natureza que está no outro, que na essência, são as mesmas.

E essas similaridades transcendem o espaço. Já encontrou alguém que não tenha derramado uma lágrima sequer por outrem? Ou tenha feito algo que não é muito orgulhoso? Que tenha muitos companheiros, mas amigos só aqueles poucos e bons?

A próxima vez que estiver chovendo e você estiver em um ponto de ônibus, repare que a desgraça vos une (e como une!) e como as pessoas se tornam mais amigáveis com uma situação em comum, mesmo que adversa.

domingo, 28 de novembro de 2010

E que venha o terceiro!



" Terceiro filho, recorda-me da paciência.



A ti, lhe concedo a faculdade da lembrança. Também lhe presenteio com a percepção, para que com ela, possa ver e viver esse momento ínfimo, único, que já foi, está sendo, e ainda está por vir.



Peço para que entrelace essa série de momentos a fim de tecer uma longa e interminável teia de memórias dessa breve existência, sem tirar o mérito de cada parte em sua unicidade, e sem sobrepor o todo com apenas fragmentos viciosos.


Cuidado! Nem todo caminho é reto. Vigia teus pecados e cultiva a temperança. Só assim pode alcançar a mãe de todas as virtudes.


Com carinho,
Seu Criador. "